22.5.06

Música


Sempre fui um apaixonado por música. Tenho um bom ouvido. Consigo até perceber cantores desafinando. Mas não consigo distinguir notas musicais. Não consigo tocar nada. Quando era criança, meu tio tentou me ensinar a tocar música com pente Flex-a(quem tem mais de 40 lembra do pente que também se chamava Flamengo) usando um pedaço de papel por cima. O som lembrava uma gaitinha de boca. Definitivamente chegamos a conclusão de que o pente tinha melhor servia se usado para o que foi fabricado: pentear cabelos. Os mais velhos, hão de lembrar. 4o.Festival Internacional de Música, 1969. Love is All. Malcolm Roberts. Eu embestei que sabia cantar igualzinho a ele. Botei o disco na "vitrola", liguei o gravador e soltei a voz! Que coisa medonha. Defintivamente me dei conta de que não desejo nada pior para ninguém do que me ouvir cantar. Quando era adolescente, em São Lourenço do Sul, ainda tentei aprender a tocar bateria. Na terceira aula fui corrido pelos meus amigos. Eu não conseguia achar o ponto do ritmo. O máximo que consegui foi tocar na banda da escola. E, acreditem, bumbo! Eu, pequeninho, mal apreciam a cabeça e as pernas (do joelho para baixo). Até hoje tenho a desconfiança de que o mestre da banda, Neizinho, só deixava eu tocar o bumbo porque era presidente do grêmio do colégio e goleiro titular absoluto do time de futebol de salão. Tudo isso não impediu que ee conseguisse decorar letras e letras de músicas da MPB. Sei como começam os acordes e passagens musicais de dezenas de músicas. Consigo identificar uma boa variedade de músicas eruditas. Mas não consigo cantar e tocar coisa alguma a não ser CDs. Pelo menos, toco com qualidade. De Cartola a Chico Buarque. De Ella Fritzgerald a Norah Jones. Chet Baker. Astor Piazzolla. E uma infinidade de músicas que não cabem em rótulos ou em movimentos musicais. Música. Que faça bem para os ouvidos e, principalmente, para a alma.

5 comentários:

Denis disse...

Minino! temos mais uma coisa em comum: cantamos muuuuuiiiito mal! E para o teu acervo: eu canto tão mal, que parabéns prá você eu dublo... porque se eu emitir um som, uma sílaba no meio da cantoria, todo mundo me olha atravessado ... (que cantinho bom esse teu aqui!) Bezos, Denis Rivera

valter ferraz disse...

Giácomo, encontrei um link para o teu blogue, num blogue amigo e caí aqui. Coisas da blogosfera, né?
Me identifiquei imediatamente, sou péssimo tudo em música(embora adore música, todos os gêneros. Todos não, detesto êsses caipiras-chique que tua emissora tenta empurrar pr´pa cima da gente).Também tentei cantar(quanta ousadia) e na juventude, tentei ser baterista, veja só. Desastre completo. No conjunto fui lá para trás e fui cuidar da parte técnica, leia-se carregar caixas acústicas, emendar fios, ligar botões, tomar choques nos tablados molhados em dia de chuva, enfim coisas que aos dezesseis anos não têm a menor importância.
Grande abraço para você

Anônimo disse...

Oi Giacomo,

Cheguei até aqui pelo Google, procurando por tango...rs

Essa do Flex-a eu não conhecia (tenho 23), mas meu pai juntava 2 latinhas vazias de cerveja, enchia de arroz e tocava com uns amigos que tb. tinham instrumentos sinistros. Até que saia música da hora. Isso acontecia em Friburgo, quando iamos de férias.

Sofia disse...

Olá,
De link em link, acabei chegando aqui e adorei. Na semana passada eu estava conversando com um novo professor e o menino me perguntou: "você canta?".
A minha resposta não poderia ser mais precisa: " nem atirei o pau no gato ". Mas a partir de agora vou usar a resposta do Junior.
A propósito, lembro bem do tal pente flamengo e da "técnica" do pedaço de papel.
Abraços,

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Giácomo,a o ar que respiro, sem ela eu morro sufocada,
Efigênia Coutinho